O texto abaixo é uma adaptação do roteiro do video. Recomendo assisti-lo
Joguei Dune Imperium, e vou trazer pra vcs minhas primeiras impressões! Sim, foi apenas uma partida, mas deu pra entender direitinho como o jogo funciona. E tbm vou fazer um comparativo com As Ruínas Perdidas de Arnak, que vem sendo bastante comparado pela comunidade
Talvez isso te ajude a se decidir qual é o melhor pro seu grupo, ou se cabem os 2 na coleção.
Dune Imperium - Sobre o jogo
Dune Imperium se passa no universo ficcional de Duna, uma série de livros de ficção científica de 1966. É uma série de muito sucesso, já teve um filme em 1984, e vai sair um novo em 2021.
A trama trás diversos questionamentos filosóficos, políticos, religião, ecologia, tecnologia, enfim… é bem complexo e tudo se resume a TRETA.
Torugo, vc leu o livro? Não. E o filme? Tbm não… tá tudo na minha lista da vergonha. Mas nada disso te atrapalha em aproveitar o jogo. O manual inclusive tem um resuminho do que cada área do jogo representa dentro da trama.
Como funciona?
O jogo usa deck building com a alocação de trabalhadores, e é naquele esquema padrão: todos começam com 10 cartas iguais, você adquire cartas mais poderosas, e vai moldando seu jogo.
Pra fazer uma ação vc deve alocar seu Agente, e deve combinar uma carta com o símbolo do local que deseja usar.
À Esquerda são os custos, e à direita os benefícios.
Aí vc faz uma ação e passa pro próximo jogador. Quando não houverem mais ações pra fazer, vc revela as cartas que sobraram. E poderá usar esse valor, chamado de persuasão pra adquirir novas cartas.
Co 4 de persuasão posso comprar esta carta. Ou até duas cartas de valor 2.
Quando todos passarem, aí é resolvida essa área de conflito. Basicamente, quem colocou mais tropas aqui, leva esse benefício. Todo turno é revelada uma nova carta.
O jogo termina de 2 formas: quando alguém fizer 10 pontos, ou após 10 rodadas (que é quando o baralho de conflito acaba).
E há basicamente 3 formas de ganhar pontos:
- Vencendo conflitos,
- Adquirindo cartas de valor 9
- E subindo nas trilhas das facções.
Bom, tem muitos outros detalhes envolvidos, mas é basicamente isso.
Opiniões
Se for pra resumir esse jogo em uma palavra seria: TENSÃO. Tudo culpa da trilha de pontuação. Quando alguém chegar nos 10 pontos, é o fim do jogo, e você está sempre vendo quantos pontos cada um tem.
Parece fácil, “ah, é só fazer ações nas facções, ganhar uns combates pronto”, mas não…
As ações boas de facções são um tanto caras, e vc nem sempre tem os recursos necessários. Nem a carta, pq esses símbolos são mais raros, e as cartas costumam ser mais fracas.
E a batalha, claro, ninguém vai te deixar levar na lambuja. Vc acha q vai ganhar, mas com uma ação seu oponente pode encher de cubinhos, digo, soldados…
Tem tbm a corrida pelas ações, clássica de alocação de trabalhadores, pois somente um jogador pode ocupar cada espaço. E as boas ações são sempre bem disputadas. Aí ou vc paga mais caro por outra ação pior, ou fica chupando dedo.
Visualmente o jogo não tem nada de mais… o tabuleiro, os componentes e as ilustrações são bem simples, mas cumprem bem sua função.
Os recursos são bem grandões e fáceis de diferenciar, e a interação entre eles é bem amarrada com a temática. Temos os minhocões produzindo especiarias a cada rodada, mercado trocando especiarias por dinheiro, e água como recurso raro e valioso nas cidades. Bem legal.
O jogo é relativamente fácil de entender, mas te força a fazer decisões difíceis a cada turno:
- Usar uma carta pra ação, ou deixa-la pro fim da rodada e receber seus benefícios?
- Que ações devo fazer primeiro? Se eu deixar essa ações pra depois, pode ser que alguém a ocupe.
- E na hora de comprar cartas vc tem sempre q ficar de olho no benefício e nos símbolos q ela tem…
Eu por exemplo, fui comprando cartas só pensando nos benefícios, e aí no meio da partida fiquei bastante limitado sem fazer as ações que queria, pq não tinha cartas com esses certos.
É um jogo que exige bastante planejamento e que não te dá muita brecha pra erros.
Achei bem punitivo, mas é algo q vc termina a partida e sabe onde errou, e que foi culpa sua mesmo. Vc não fez boas escolhas, e seu oponente jogou melhor.
E um último ponto interessante é q cada jogador tem uma habilidade única, mas não achei elas tão poderosas a ponto de fazer uma grande diferença no curso do jogo.
Dune x Arnak
Bom, e pra fechar, uma rápida comparação entre o Dune Imperium e As Ruínas Perdidas de Arnak.
Essa comparação vem sendo feita com frequência pela comunidade. Os jogos compartilham de bastante coisa, mas ao jogar vc percebe que são um tanto diferentes.
Ambos são deck buildings com alocação de trabalhador, e vc inclusive começa com 2 trabalhadores nos 2. E ambos tem cartas multiuso.
E as semelhanças acabam por aí…
Dune é um jogo mais tenso, e bem marcado pela corrida pelos 10 pontos. E a interação entre os jogadores é altíssima: além da corrida pelas ações, esses cubinhos aqui são o terror das partidas. As batalhas são MUITO disputadas e podem mudar o rumo da partida.
Já Arnak é o tipo de jogo que explode pontuação no final. E vc não se preocupa demais com ela. Tudo q vc fez, no final vai te dar um pontinho: cartas adquiridas, locais explorados, a grande trilha de exploração… praticamente tudo mesmo. Então vc passa grande parte do jogo fazendo seu próprio jogo.
Claro, há disputa pelos locais de ação no tabuleiro, mas a maioria permite que 1 ou 2 jogadores faça a mesma ação, vc só tem pagar mais caro.
O que acaba gerando uma tensão maior é a trilha de exploração, que gera muito ponto no final. E se alguém correr nela sozinho, provavelmente irá vencer.
Arnak tbm é um jogo mais solto, vc consegue fazer conversões de forma mais fácil. As cartas podem ser usadas de várias formas, então vc não se sente preso sem conseguir fazer algo.
Tbm é possível gastar uns tokens pra gerar recursos, então o jogo se torna mais maleável. Usa um ídolo, troca um recurso, usa um assistente, e pronto: vc não tinha nada e mexendo uns pauzinhos brotou uma jóia e 2 pergaminhos q vc precisava pra avançar na trilha.
Já Dune não tem nada disso: não tem conversão livre, não tem coringa… nada. Ou vc tem exatamente os recursos necessários, ou fica sem fazer a ação.
Por outro lado, Dune usa de forma mais original as cartas q não foram usadas pras ações: gerando persuasão pra comprar novas cartas.
Visualmente Arnak dá um banho no Dune: muito mais bonito, recursos muito mais caprichados, tabuleiro e cartas muito bem ilustrados… Mas sua temática é meio genérica: exploração a la Indiana Jones.
Aí a temática de Dune leva a melhor: o jogo reflete muito bem diversos elementos da obra original. Conflitos, sinergia entre os recursos, as diferentes facções… achei bem amarradinho.
Dune ainda não está disponível no Brasil, então por enquanto só importando, mas Arnak já tem por aqui pela Devir, mas com um preço BEM salgado, cerca de R$ 600 reais. Mas se você está curioso com o jogo e quer experimentá-lo, tem disponível no Board Game Arena gratuitamente. Foi inclusive lá q eu joguei.
Bom, em suma: ambos são ótimos jogos.
Dune Imperium:
- corrida pelos 10 pontos deixa o jogo bem tenso
- punitivo e sem conversão livre de recursos
- tema bem presente
Arnak:
- Jogo mais solto
- Tudo pontua no final
- Tema genérico, mas q cumpre bem seu papel.
E é isso, espero que esse video tenha te ajudado a entender um pouco desses 2 jogos. Fala aí pra gente nos comentários o que vc achou.
E claro, essas foram só minhas primeiras impressões. À medida q eu jogar mais, algo pode mudar.
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