Rei Matheus, A Livraria dos Jogos Perdidos e Partidas Meia-boca — Junho/2024

Ufa! Um mês de pouca jogatina é bom para respirar.

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Jogatinas

Ultimos Minutos do Betinho

A Betinho Spiel durou só um fim de semana, chegamos no ultimo dia para aproveitar ultimas horas da presença dessa fera (e do Cadu).

Emperors Choice (1x): estreia do mais recente achado do Siri, um jogo de Kickstarter do Hisashi Hayashi que receberia uma segunda edição que nunca vai acontecer. O que temos é essa edição com tiles de plástico, arte sem padrão, e sem player aids em inglês.

Tirando essas questões de produção, o jogo é excelente! Leilão diferentão, lembrando um climbing com incentivos fortes para sair e ainda levar vantagens. Ordem de turno importantíssima, onde ocorre a briga pelas melhores cartas e tiles para set collection.

A trilha do imperador e a interação coma a pontuação são um destaques a parte. Os 2 primeiros colocados nessa trilha é quem escolhe (ou da block) em 2 dos 7 objetivos que vão ser pontuados na rodada. Leitura de mesa obrigatória.

Gostei mesmo!

Nota 8: produção questionável, mas eficiente. Jogão com leilão diferente, tipos de pontuação na mão dos jogadores. Acerto do Hisashi Hayashi. QUERO JOGAR MAIS!

Orleans (1x): Betinho não resistiu, e A Esposa assumiu a cadeira dele para esse clássico da casa.

Clássico, mas o pessoal fica tempos sem jogar, não sabe nem fazer mais o setup. Quando vimos já tínhamos jogador mais rounds que o jogo permitia. Ainda assim, sempre um prazer jogar (mesmo ficando em último). Acho que me falta pegar mais estrelinhas ou pessoas para multiplicar os pontos no final.

Na próxima visita quero dedicar uma tarde pro Age of Steam seu Betinho.

Senhor Matheus numa fria

Pax Pamir (1x): com Matheus e Siri. Partida surpreendente em 3p. Mesmo com menos tendência a mudanças bruscas no status quo do mapa, tivemos reviravoltas, trocando o primeiro colocado 2 vezes e no final mais uma troca, e a vitória do estreante Matheus.

Incrível como a variação do baralho montado na preparação, ou mesmo a ordem em que as cartas saem, podem mudar muito a forma de jogar, de um jogo de mais inteligência ou um mais bélico, ou a busca por dominância ou a falha dela. JOGAÇO!

Power Grid, agora Pax Pamir… 100% de aproveitamento pro Matheus, o Brabo.

Minha primeira vez ensinando as regras do zero. Fiz uma palestra sobre o tema, depois introduzi lentamente os elementos do jogo, até alguma coisa sobre o pouco que sei sobre a série Pax. Deixei algumas regras para explicar durante a partida. Deu tudo certo, tanto que quem aprendeu venceu.

GWT das Ovelhas (1x): finamente cedi aos pedidos para jogar essa sequência de um dos meus jogos favoritos.

Para quem é um fã do original, esse tem um peso maior, não parece que colocaram só mais uma expansão por cima não. São novos detalhes em toda a parte, do tabuleiro principal e pessoal, as novas cartas, novas formas de fazer ponto e ganhar dinheiro.

É mais fiddle: bastante re-re-re-embaralhamentos, carta que compra carta, mais discos de madeira com diversos usos, mais manutenção no board principal. Isso tornam os turnos mais longos e consequentemente, a partida mais longa.

Com mais complexidade, novos problemas surgem, e soluções precisaram ser implementadas. Um exemplo são os trabalhadores Curingas, que não gostei, mas entendo porque está lá.

Senti menos agencia em relação ao original, pois esse tem vários caminhos não conflitantes de estratégia. Se antes eram apenas 3 (e algumas misturas deles), agora são 4, misturas deles, misturas de construção de baralho, entrega/tosa… é mais “completo” no sentido estratégico. Parece que tem sempre umas boas opções, mesmo que tomem o que você queria.

Nota 9: Mais longo, mais caminhos/misturas para vitória. Perde um pontinho na nota pois ele se rendeu ao estilo deckbuilding mais clássico com diversos tipos de cartas para colocar no seu deck. Isso agrada menos os comerciantes de boi raiz (meu caso), que curtem a simplicidade de um deck bovino.

Momento Monge Patanga

Junho 2024 — “A Livraria dos Jogos Perdidos”

Nota do Editor: transcrito das criptas do Whatsapp

Um arrepio. Algo arcano. Você entra na biblioteca de Alexandria e é levado para o porão. Lá, a luz acaba e o guia é engolido pela escuridão. Após horas no labirinto, você encontra prateleiras com livros e pergaminhos. E CAIXAS.

De papel, uma delas lê na lateral:

𓃥 𓄃 𓃚 𓃛 𓃜 𓃝𓄆 𓅢 𓅣 𓅤 𓅾 𓅿 𓆀 𓆁 𓆂 𓆃 𓆆

Claramente um ameritrash de miniaturas.

Já em outra prateleira:

𓆣𓅔𓆀 𓆁 𓆂𓆤 𓆃 𓆆𓆌

Um euro raiz com alocação de trabalhadores e mercado de ações.

Qual delas você pega? Se a primeira, leia o próximo parágrafo. Se for a segunda, leia o próximo parágrafo do mesmo jeito.

Saindo de lá, você é acostado pela “inquisição espanhola” do Monty Python (porque “ninguém espera a inquisição espanhola!”). Eles confiscam a caixa e a abrem. Uma nuvem de mofo de 7 mil anos sai dela, derretendo todo o material orgânico nos corpos dos inquisidores. Você corre por sua vida antes que a nuvem se espalhe.

Assim como “a piada mais engraçada do mundo” foi banida do uso em guerras na Convenção de Genebra em 1949 (saiba mais no documentário da BBC feito pelos Monty Python “And Now for Something Completely Different)”, também o ataque de mofo em caixas de jogos de tabuleiro foi banido, pela sua crueldade e malevolência com os ditos jogos, inocentes e com peças de madeira coloridos, sendo carcomidos impunemente pelos invasores filamentosos.

Nota do Editor: sim, acaba aqui, e não tem continuação. Foi bem aleatório mesmo kkkk

Orleans com Intriga (1x): primeira vez jogando com a parte interativa da expansão Comércio e Intriga. E que interação! É todo mundo se puxando para trás com as habilidade da prefeitura. Não dá pra sair ileso, todo mundo entra na roda do take that.

Ficou um sentimento de que essa interação é meio desconectada da proposta do jogo. Muito direta e simples, as vezes até soa barata. Eu me diverti, jogaria outra vez, mas cuidado com a mesa escolhida, pode ser que afaste gente para sempre desse jogo ou do hobby (!)

Nota expansão 10: agora que joguei todos os módulos, posso afirmar que é uma excelente expansão. Depois de jogar com ela, não da para voltar atrás.

Senhor Matheus numa fria II

Oath (1x): aquelas 4 horinhas leves em um jogo cheio de reviravoltas. Tudo começa com Bob comprando e revelando a primeira visão, a partir dai foi só paulada nele, até quando não precisava.

A vitória esteve na mão de todos em algum momento, até na minha que fui nulo e tive que me rebaixar e virar cidadão para ter alguma chance.

Fazia tempo que não jogávamos, então algumas regras estavam enferrujadas. A duração de jogo foi mais por conta de irmos até o ultimo round, com final do jogo sendo pelo terceiro ou quarto critério de desempate, ficando com Matheus, O Escolhido. Ele não tinha mais chances, mas o Bob fez uma jogada que deu um empurrãozinho.

Power Grid, Pax Pamir e agora Oath… os 100% de aproveitamento do Matheus se mantém.

Ressuscitando Hallertau

Hallertau (3x): de volta a mesa nosso queridinho jogo de fazenda que não precisa alimentar no final do turno. Todas as partidas foram no mesmo dia, placar de 2 a 1 para A Esposa.

Adoro esse joguinho, deveria escrever um review mais detalhado, mas o carinho por ele e os momentos que nos trouxe vai enviesar completamente… mas talvez fazer review seja sobre isso mesmo.

Nota do isR34L: Escreve isso aí djow! Nossos review nunca foram para ser técnicos, traz todo o enviezamento possível pro texto!

Spiel des Jovem por Arthur

Ninguém está a salvo de partidas meia-boca

Era uma bela noite de Sexta-feira quando convidei 3 amigos para jogarmos meu mais novo jogo: Nexus Ops.

Após uma elegante apresentação do jogo pelo amigo Marcius, fiquei fissurado na simples ideia de brigar com dados em um planeta alienígena.

Aconteceu que minha segunda partida não correspondeu às expectativas criadas. Eu estava tão, mas TÃO amarrado na ideia de uma excelente partida que esqueci de ler o manual. Sentia-me muito seguro das regras, mas não tive o esforço e exercício de relembra-las.

Óbvio que chegando na hora da explicação eu fiz coisas que considero abomináveis:

  • Não conseguir explicar as regras com clareza.

  • Pegar o manual e ler trechos relativamente longos.

  • Gerar dúvidas desnecessárias (consequência das duas primeiras).

Para piorar: dois colegas que ouviam as regras são competitivos e já me indagavam com certa cobrança do esclarecimento. Isso fez com que a partida começasse com um gosto amargo.

Este é um erro que muitos de nós já cometemos. Já passei dessa fase. Entretanto, mesmo sabendo como melhor me preparar para uma jogatina, isso não me salvou da explicação bagunçada e confusa.

E adivinhe: eu cometi o mesmo erro, de novo. Com o mesmo jogo.

Para concluir. Percebi que a baixa vontade de jogar jogos novos — eita enxurrada de lançamentos chata — e a prevalecida vontade de apenas jogar com os amigos, tem me tornado mais impaciente e preguiçoso para ler regras de jogos novos. Jogar aquilo que já sei jogar, com quem quero jogar, é a minha prioridade.

Espero não perder toda a vontade e empolgação que sentia ao pegar no manual de algum jogo.

De bônus eu indico um vídeo que tento levar comigo de baixo do braço, onde o Quinns do Shut Up And Sit Down resume maravilhosamente como dar uma boa explicação e experiência para os que estão ouvindo.

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