Belfort é um jogo de complexidade média (3.05 no bgg), no qual os jogadores participam da construção de uma cidade fantástica. Os trabalhadores são elfos, anões e gnomos, que coletam materiais para construir edifícios como torres, pubs, jardins e bibliotecas. A pontuação se dá de duas formas: quem ergueu a maioria de edifícios em cada uma das cinco áreas da cidade, e quem tem mais trabalhadores de cada raça.
Jogamos em quatro jogadores, e nenhum de nós conhecia este jogo. A partida durou três horas e meia já contando o setup e explicação.
M: Achei muito difícil [risos]. É um joguinho sofrido.
B: Ele é muito bem-feitinho. Eu achei legal que você faz várias coisas no turno, nessa parte de coleta e de ação você faz muita coisa. [durante o turno de ação do jogador, cada um faz todas as ações na ordem preferida antes de passar a vez para o próximo]
L: Eu achei legal também que você pode fazer tudo isso. Mas tem um outro lado também, que você espera mais. Eu era o último a jogar e não é legal ficar em último nesse jogo.
B: Mas você podia ter roubado o primeiro jogador. [um trabalhador pode ser mandado a um local para alterar a ordem dos jogadores no turno].
L: É, então, mas aí eu deixaria de pegar recursos… em um jogo que já é bem apertado.
R: Neste tipo de jogo [de alocação de trabalhadores] os espaços são mesmo disputados. Quem chega primeiro bloqueia o os outros; realmente o Belfort tem esse feeling.
L: A parte das cartas eu achei bem legal! Você pode escolher dentre muitas cartas e, após construir, você pode alocar trabalhadores na carta também, que fica sendo só sua.
R: Verdade, a carta te dá um espaço de alocação exclusivo, ou um poder único.
B: Eu acho que no começo as minhas estratégias não estavam bem formadas, porque eu estava construindo em um único distrito. Acho que meu erro foi esse. [tentar garantir a maioria em um único lugar e não arriscar a segunda ou terceira colocação em outros].
R: Você errou no começo e foi difícil recuperar depois, o jogo penaliza um pouquinho mesmo. Mas é a primeira vez que estamos jogando.
L: Escolher as cartas certas é fundamental. Tem algumas que têm efeito uma única vez, outras que te dão benefícios várias vezes durante a partida. Mas o jogo não tem nada extremo, é bem equilibrado.
B: Todas as cartas têm um ponto positivo.
M: O que eu mais gostei foi a briga pelos territórios.
R: Foi o que eu mais gostei também. Você tem uma carta, aí precisa juntar recursos para construir. E, de uma em uma, no fim, cada um de nós espalhou umas dez construções pelo mapa. E aí é tentar conseguir os pontos nas áreas.
L: A Mari se ferrou bastante nisso.
M: Eu espalhei demais minhas construções.
B: Eu acho que você não pode nem construir tudo em um lugar só [como eu fiz] e nem espalhar demais [como a Mari fez].
R: Eu achei legal essa dinâmica: ao descer uma carta você recebe um benefício, e ao mesmo tempo ela diz onde você pode construir. Eu achei que combinou bem gerenciar a mão, e usar as cartas para construir e fazer o domínio dos territórios.
M: E precisamos ficar atentos aos impostos [quanto mais pontos você faz, maior são os impostos que você precisa pagar]. Tomar cuidado para não ficar sem moedas.
R: Sim. Eu gastei todo meu dinheiro na primeira rodada e na segunda fiquei bem sem possibilidades. [pois alguns espaços de ação, como as guildas, requerem um pagamento em dinheiro para serem utilizados].
L: E essas guildas são aleatórias, não é? [guildas são locais em que todos podem alocar os trabalhadores, e um jogador pode ainda a construir para receber uma moeda sempre que um oponente a utilizar]
R: Sim, no começo do jogo a gente sorteia cinco, e a combinação depende do tipo de jogo desejado, tem algumas mais de interação e outras mais pacíficas. Vai ter muita coisa para explorar ainda.
B: Eu fiquei um pouco confusa em todas as rodadas com essa questão da ordem. O que é da fase de coleta, o que é da fase de ação. Mas, por mais que a partida tenha demorado, eu não achei ficou maçante, eu achei bem interativo.
R: Eu concordo com a com a Bruna, a ordem é um pouco confusa mesmo: primeiro aloca, depois coleta, depois as ações; só que tem espaço de alocar no tabuleiro da coleta, que resolve separado das outras. O resumo do jogador está muito poluído nessa parte da sequência do turno.
B: E uma coisa que aconteceu um pouco é você montar uma estratégia, e aí uma outra pessoa na sua frente fazer o que você estava planejando, e você meio que se ferrar porque você coletou todos os recursos para construir aquilo. Mas não é um ponto negativo, fica até dinâmico assim.
R: Este jogo tem duas disputas acontecendo, os espaços dos trabalhadores e as áreas limitadas no tabuleiro para construção. Tem um belo conflito.
R: A parte de pontuação é super fácil, não é? São só três momentos no jogo, e é bem rápido.
L: Isso proporciona uma estratégia boa, às vezes você deixa de fazer alguma coisa na rodada que não pontua para fazer melhor na seguinte que vai pontuar.
R: Então o jogo foi aprovado? Todo mundo gostou?
B: Sim, muito legal!
M: Sim!
L: Vamos jogar mais uma?