Belfort - No UFC dos Board Games

Que tal falar desse jogo que o pessoal pegou ranço?

Belfort é um daqueles jogos que foram “esquecidos” no brasil depois de seu anúncio em 2016 (acho que em setembro), passou a vibe da euforia dos poucos que o conheciam até a chegada, e quem comprou na pré-venda em março/abril de 2017 ficou puto com razão, já que o jogo foi prometido para junho do mesmo ano e depois postergado para agosto, novembro até a entrega em julho de 2018. Mas na época do anúncio do lançamento desse jogo no brasil, acredito que a maioria ficou assim: Tá, mas que diabo de jogo Belfort é esse? É do UFC ?

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COMO FIQUEI SABENDO DO JOGO

Lá vou eu atrás do Belfort e de informações na época do bigbang do anúncio, não sabia direito o que esperar (um cinturão do UFC na capa, sei lá). Olhei a foto da caixa, não dei muita bola, fui ver reviews (acho que não de tinha em português ainda) achei bonitinho, mas ordinário e nada mais.

O jogo se arrastou por mais de ano pra chegar, pessoal inquieto, outros títulos já haviam ofuscado a presença desse grande lutad… quer dizer, jogo. Editora dando um baile na galera com as informações otimistas mas realmente desencontradas e que frustravam cada vez mais o público que aguardava esse jogo, e o tesão literalmente começou a virar asco.

Anunciaram que viria com a Expansão chamada “Expansão”. (???Dafuq)… e nada do jogo.

EIS QUE, Belfort (o jogo e que nada tem a ver com UFC) chegou em terras brasileiras, mas aquele amorico de verão já tinha arranjado outra pessoa, você já havia envelhecido um pouco mais, e largou mão da paixonite desenfreada que tinha por ele. Ficou parecendo aqueles filmes B ou C, que poucos assistem ou curtem.

E quando chegou, como eu já havia amadurecido e já tinha saído da faixa branca de karatê no mundo dos board games, voltei a procurar outros reviews, e comecei a olhar com outros olhos. Nesse momento, já haviam vídeos de unboxing da “versão brasileiraaa……Herbert Richers”… (hahahahaha, fala aí, veio aquela voz na sua cabeça). Porém veio com alguns problemas de alinhamento do tabuleiro com os desenhos fora do esquadro… mais cacetada em cima da editora, mais raiva por quem recebeu mais de 1 ano de atraso… enfim, essa é a realidade brasileira.

Olhei novamente e constatei que o jogo tem:

Construção de cidade, Economia, Fantasia, Controle de Área, Influência de Área, Draft de cartas, Controle de Mão e Alocação de Trabalhadores (também conhecido como Worker Placement).

Baixei o manual, dei uma lida. Cara, que maneiro. O manual é fantástico, a estorinha ali presente é sensacional.

Passou mais um tempo, pessoal estava recebendo os tabuleiros já corrigidos, falando bem e tal…. Rolou aquela promoçãozinha na loja aqui de brasília e falei: - Quer saber? Vou pegar.

Cheguei em casa, abri o jogo e vi que a qualidade estava SENSACIONAL. Primeiríssima linha, manual com gramatura excelente, caixa firme, o tabuleiro não tinha mais aquela cera brilhosa do board dos jogadores (o que pode fazer com que em algumas situações, o tabuleiro reflita a luz que venha de cima da mesa, atrapalhando a visão do pessoal).

A minha versão veio com aquela armação para ficar por fora do board (desnecessário, mas que coisinha mais linda).

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Maquecacete hómi, me diga se o jogo é bom!!!

É!!

É um jogo que deve ser jogado com no mínimo em 3 jogadores (em 2 a regra muda para algumas coisas e acaba que o upkeep do jogo fica ruim, apesar de ter uma outra variante disponível no BGG, mas nunca testei).

A estória é a seguinte. Um reino meio zuêro “sem querer e erroneamente” mandou um convite para construir o novo castelo para cada um dos mestres arquitetos (jogadores), ao que todos chegaram na cidade ao mesmo tempo e precisam agora, demonstrar suas habilidades estratégicas e de construções e ser o abençoado que terá o maior prestígio (pontos de vitória) ao final das 3 estações do ano primavera, verão e outono.

Cada jogador, inicia com 3 Anões e 3 Elfos para ajudar a construir, coletar recursos e contratar outros trabalhadores.

Cada fatia do pentágono do mapa, possui exatamente os mesmos locais, que são: Pub, Jardins, Torre, Estalagem, Oficina, Banco, Mercado, Portões, Biblioteca, Forte, Muralha e Guilda.

Nas Guildas, sempre são sorteadas 5 dentre 20 possíveis, 12 com a versão base do jogo, e mais 8 da expansão.

Existem 3 tipos de guildas:

  • Básicas
  • Recursos
  • Interativas (fura zóio)

Existem discussões acerca do uso dessas guildas, onde o melhor mundo é ter 3 guildas básicas e 2 de recursos, ou vice-versa. No manual estão descritas algumas variações para jogos iniciante, normal e avançado. Mas eu acredito que as guildas interativas deixem o jogo meio frustrante (não joguei com elas), pois são basicamente de sacanear o outro jogador. E aí, temos uma linha tênue entre diversão e ódio. Não vou discutir isso.

Pois bem, voltemos ao Belfort.

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Não gafanhoto, ao jogo chamado Belfort.

A sequência de jogo é bem simples, Move-se o CALENDÁRIO (lembra? Temos que entregar antes do inverno chegar), ALOCA TODOS os trabalhadores (ninguém fica coçando), faz a COLETA dos recursos, realizam-se as AÇÕES e PONTUA caso o marcador de calendário esteja na fase com um X.

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Simples, moleza, tranquilo… NÃO… NÃO É!

Lembre-se que está jogando para TENTAR construir e ganhar mais pontos que os outros, então o que você já pode esperar, é que venham os teus amigos “parça” furar TODOS OS SEUS ÓLHOS.

Porque a pontuação acontece somente onde tem o X no calendário, e funciona da seguinte maneira. Ganha 5 pontos quem tem a maioria de construções no distrito (UMA fatia do pentágono), o segundo colocado ganha 3 e o terceiro 1 (para 4+ jogadores, para 3, só o primeiro e segundo pontuam).

Ganha 3 pontos o jogador que possui a maioria de Anões, Elfos ou Gnomos (não falei deles ainda) sendo 3,1 e 0 respectivamente.

Só que tem um detalhe fio, se você disparar em pontos, a partir do começo do verão, se você não tiver dinheirinho suficiente para pagar os IMPOSTOS, você será obrigado a dar a ré no kibe, sem choro nem vela. Para cada dinheiro não pago, vai perder 1 ponto de vitória. E o tabuleiro senta o dedo no imposto, é pior que um certo país aí.

Ou seja, não existe tanto aquela corrida onde quem dispara será impossível ser alcançado, com certeza o cara vai dar a ré. Fica tranquilo, porque se o cara disparar….

( •_•)
( ง )ง
/︶\ vai tranquilo… vai tranquilo

( •_•)
( ง )ง
/︶\ vai afobadão… vai tranquilo

( •_•)
( ง )ง
/︶\ tu e os pontos… os pontos e tu

( •_•)
( ง )ง
/ ︶ \ apanhou da receita? nunca mais fala do meu game… ta entendendo?

( •_•)
( ง )ง
/ ︶ \ você é fraco!!

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A trilha de pontos mostra em cada fatia do pentágono, quanto de MOEDAS você irá pagar durante cada transição de calendário (se o cara estiver com 43 pontos, na hora de pagar imposto, ele precisa ter em mãos 8 dinheirinhos), e dinheiro é escasso nesse jogo, dá pra pegar com algumas construções e com os trabalhadores, mas se você mandar os trabalhadores, você não está pegando recursos… enfim, cobertor curto.

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E está tudo bem detalhado no tabuleiro de cada jogador.

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O valor de cada uma das construções, a ordem da rodada.

Todas as construções, excetos Guildas e Muralhas, necessitam ter cartas para se construir. Com o Pub você transforma o seu peão Anão em um Mestre Anão, e com os Jardins o seu peão Elfo em um Mestre Elfo. Para quê isso serve? Serve para potencializar a ação de coleta deles.

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Na área onde vai o Elfo https://storage.googleapis.com/ludopedia-posts/e831b_b8lzel.png, permite que ele colete 1 madeira por Elfo, e se for o mestre, esse coletará 2 madeiras.

Na área onde vai o Anãohttps://storage.googleapis.com/ludopedia-posts/8855c_b8lzel.png, permite que ele colete 1 pedra por Anão, e se for o mestre, esse coletará 2 pedras.

Para coletar o Ferro, é necessário enviar UM Elfo + UM Anão para cada ferro ou combinações de Mestre Elfo + 2 Anões e vice-versa.

Para coletar Moeda, tanto faz mandar um Elfo Ou um Anão.

Agora, se ligou que você pode mandar mais de 1 em cada local. Então, se por exemplo, você mandar um Elfo normal e um Mestre Elfo para a floresta, você coletará 3 madeiras, e a regrinha bacana do jogo vem agora, se você tiver o MAIOR NÚMERO de trabalhadores em qualquer área, você ganhará um recurso A MAIS.

Ok criatura, mas e o tal do Gnomo?

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Bom, o Gnomo é um ser a parte. Você precisa comprar o primeiro por 3 de dinheirinhos na fase de ações dentro do mercado. Se por acaso você possui a carta TORRE em sua mão, e a construí-la você pode alocar o Gnomo dela, e a partir da próxima jogada, poderá pegar 1 Gnomo por 1 de dinheiro, alocando 1 de seus trabalhadores lá. Ele serve para destravar poderes que as construções que você possui dá. E normalmente são coisas excelentes.

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A iconografia do jogo é simples, o jogo é bem fácil de explicar, tem uma alta variabilidade, pois o deck de construções que cada jogador inicia, possibilita diversas estratégias, onde construir pode te beneficiar ou depreciar a pontuação sua e dos outros jogadores, segurar seus pontos e suas ações são válidos para uma estratégia a longo prazo, a variabilidade de guildas existentes no tabuleiro, E AINDA NEM FALEI DA EXPANSÃO.

A expansão traz 2 coisas que modificam POUCO mas MUITO o jogo (???DAFUQ), e é aí que está o charme da versão brasileira…… Herbert Richers (hahahah), esse Belfort que cansou de apanhar da comunidade.

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Não, Belfort o Jogo.

Sabem aquela expansão certeira? Que só acrescenta? Então, A Expansão Expansão, traz Cartas com Alvarás de Expansão, para pontuar um pouco a mais (aquela diferença pequena entre um jogador e outro), Assistentes que dão um fôlego a mais na falta de trabalhadores, além das guildas que falei. Outra coisa que a expansão faz é encurtar em 1 o número de rodadas. Lembre-se que você agora vai ter apenas 6 e não 7 rodadas e você começa a pagar impostos antes, porque você começa no 6 na trilha de pontos.

Não vou entrar em detalhes, mas digo que só deixaram o jogo MUITO mais bacana/sacana, porque ajudaram na ordem dos jogadores, pois quem escolhe os assistentes por primeiro, é o jogador na ordem reversa de turno (então dá aquela vantagem para o último jogador, que antes não tinha tanta).

O QUE GOSTEI DO JOGO

  • É um jogo com bastante pecinhas bonitas
  • Tabuleiro contém todas as ações e o que fazer durante o turno
  • Regras simples
  • Tema muito bacana
  • Um jogo redondinho
  • Não tem uma corrida insana de pontos (lembra da ré no kibe?).

O QUE NÃO GOSTEI DO JOGO

  • Como o cobertor é curto, dependendo das pessoas que o jogam, ele pode demorar mais do que esperado.
  • A fase de alocação de trabalhadores, e das construções podem trazer um alto AP para quem quiser ser a estrelinha da noite.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfim, Belfort, tal qual seu homônimo do UFC, tomou xablau de tudo que é lado, mas ainda é um jogo campeão e que merece sempre entrar no rin… digo na mesa, pois é um jogão que ficou estigmatizado por algo que não tinha nada a ver com o play, e que será relançado em breve lá fora pela TMG, com uma nova expansão com regras mais atuais (regras essas que podem ser encontradas nos fórums da BGG), e que talvez atraia mais pessoas para conhecer esse belo jogo.

A nossa versão não deve NADA para a que está lá fora, e o jogo está barato. Vale a pena conferir.

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