Muita jogatina com todas as idades
Acervo
+ Wizard: Moedas de metal (Amazon USA)
Um dos jogos que mais me divertiram na virada 2023–2024 merece um upgrade (oficial, inclusive). Comprei na Amazon lá de fora, veio sem impostos pois estava na categoria Livros. #JowHacker
+ Estante des Djows
Nova estante para acomodar os jogos pequenos que ficavam espalhados pela sala. Agora fazem companhia para a estante grande. Sobrou até espaço!
Como prêmio pela dedicação na organização da sala, A Esposa me deu a “oportunidade” de arrumar a infiltração na parede onde as estantes se encontram. Fiz com muito gosto #chorrindo
Jogatinas
Uma noite com meu pupilo
Innovation (2x): Enquanto na outra mesa A Esposa, Samara, Polenta e Siri jogavam Yunnan e GWT, puxei o Caduzinho Guerreirinho para nosso rematch da partida do mês anterior.
Cadu estava afiado com as regras e quase venceu a primeira (como fez no dia anterior, no relato do mês passado). A segunda partida foi um cabo de guerra infinito. Ele fazia pontos, eu tirava, e assim ficamos no loop até eu conseguir pegar as conquistas só na base do roubo de pontos. Fiz duas conquistas através dos atalhos das cartas, o que me deu uma vantagem enorme.
A cada movimento meu, Cadu está aprendendo para se tornar O NOVO DJOW DO INNOVATION. Tenho que esconder mais as boas jogadas!
Race for the Galaxy (1x): depois foi a vez do melhor jogo de cartas de corrida no espaço. Cadu relembrou as regras enquanto jogava e venceu, menino prodígio espacial.
“Melhor jogo”, nas palavras do Cadu. Partida ótima, 30 minutos muito bem aproveitados!
Só Uma (1x): encerramos a noite com um dos melhores party games. A Esposa se superou, conseguiu acertar UMA vez a palavra dela. Geralmente ela erra tudo e só da alegria para o grupo.
Sábado com macarrão e carne moída
Innovation (1x): em duplas, eu e o Nael começamos muito bem, mas o Siri/Marcel (estreante) foram crescendo e nos deram bem mais trabalho do que havia sido combinado.
Na parte de baixo do tampo, um Hallertau montado para o Bob conhecer. Jogamos Innovation e Love Letter do Jabba esperando a madame Bob chegar. Assim que chegou, ensinei as regras e larguei ele com os leões: A Esposa e Marcel.
Mottainai (2x): enquanto na mesa do Hallertau eles colhiam recursos e combavam cartas na Alemanha, eu cai no Matchmaking com Siri e Nael (jogo escolhido por ele) no monastério do reaproveitamento de materiais.
Menos de 30 minutos por partida, uma profundidade abissal. E quanto mais se joga, mais vontade de se embrenhar nessas cartas únicas e seus efeitos quebrados.
No meio da primeira partida lembrei de um detalhe que li no BGG sobre como pro-players negam ações, deixando seu tabuleiro vazio na parte superior. Começamos a fazer isso nessa partida e para mim o jogo que eu iria rebaixar para um 8 educado (Carl Chudyk é 8 na largada), se manteve no 9, agora glorioso!
Jogo ficou bem mais estratégico, antes me sentia jogado pelo jogo, agora estou em pleno controle. Se eu não tenho algo bom para acrescentar na mesa (que seja melhor para mim do que os oponentes), eu nem penso em fazer, e guardo para o futuro, esperando meus oponentes me darem ações gratuitas. #PuertoRicoFeelings
Os Ajudantes fazem bem mais sentido, pois você quer negar o uso deles aos oponentes ao mesmo tempo que constrói seu secto e tenta combar.
Hallertau (1x): Metade da galera foi embora, voltei pra mesa alemã para aproveitar o setup pronto. Pontuações baixíssimas, partida boa com ótimas companhias.
A ponte de Londres está caindo, está caindo
London: Segunda Edição (9x): joguei uma vez com a familia Polenta e gostei. Meses depois passei numa loja e comprei uma cópia, e mais 9 meses foi o tempo que levei para finalmente joga-la (foi um parto mesmo!).
Pensei em London como um jogo de cartinha de 2p para brincar com A Esposa, meio que uma opção para dar um respiro para o nosso favorito, Innovation.
Era uma tarde de ócio de domingo quando apresentei o jogo para A Esposa (que esta bem preguiçosa para aprender jogos, mesmo os nossos). Para minha quase-surpresa (afinal, eu sei o que ela gosta), foi paixão a primeira partida.
Jogamos mais 3 partidas segunda, mais outra na quarta e… foram 8 partidas em 2p naquela semana, mais uma bônus em 3p com o Siri na semana seguinte.
Essa competição para ser o melhor arquiteto britânico criou um meta-game cheio de manias: não deixar o outro baixar muitos Metrôs, ou descartar o Wren, ficar super de olho na pobreza alheia, comprar mais Distritos que o outro, tentar pegar as cartas de monumentos (grandes pontos) e torcer para o outro não pagar empréstimos no final do jogo. AI QUE DELICIA!
Nota 8: ótimo loop de engine building e desbuilding. Temático e satisfatório, com vários aspectos para interação, mas a pobreza é o elemento que se destaca nesse quesito. Produção nacional de boa qualidade.
Noite de Babá
Red 7 (2x): se algum dia vou querer jogar Aegean Sea com A Sobrinha, preciso começar com um jogo mais leve. Fomos no modo mais básico do básico ela venceu a primeira partida!
A segunda partida eu levei, mas o importante é que ela entendeu certinho como funciona e se divertiu. Quem se divertiu mais foi A Esposa que ficou no sofá vendo a gente jogar as cartas como se estivéssemos num episódio de Yu-gi-oh “agora invoco o 4 amarelo que me faz ter mais cartas pares e eu estou vencendo!!!”. Curto demais!
Passa Palavras (3x): A Esposa se junto a brincadeira, e resolvemos ir com no modo competitivo, onde um jogador é o passador de palavras (da dicas) enquanto os outros tentam adivinhar.
Esse modo também fica legal pois não tem punição por trocar as letras das dicas, então A Sobrinha (11 anos) pode ter o tempo dela para dar as dicas (e foi melhor que eu no uso das palavras complexas).
Divertido demais, não sei se foi porque já passava da meia noite e estava menos de 5 graus e riamos loucamente para nos aquecer.
Power Grid com Civis
Power Grid (1x): Nati e Chero vieram para uma jantinha, mas chegaram no meio da tarde com a intenção de “jogar um joguinho”. Haviam jogado apenas Cryptid na ultima visita, então pensei em ir direto num jogo mais clássico (e demorado), pois foi justamente isso que botou o veneninho do hobby no meu sangue.
A princípio ambos se assustaram com tantos elementos na mesa, então fui para uma explicação enxuta de menos de 10 min, passando fluxo básico do jogo (usina, recurso, casinha, burocracia). Com as faces de interrogação ainda, falei que deveríamos começar logo pois jogando uma rodada tudo se encaixaria.
Para manter todos envolvidos, cada um teve uma tarefa de manutenção. O casal foi Caixa (que logo ficou apenas para Nati), A Esposa ficou de reposição de recursos e eu na gestão do leilão.
A partida não passou das 2 horas, foi tranquila, o entendimento aos poucos foi vindo e visualizaram a corridinha, os blocks e tudo. No final eu venci, mas fiquei com um sentimento um pouco frustrante. Não houve aquela mesma emoção de jogar com a turma profissional, ficando de pé para fazer cálculos nos últimos turnos.
Noite dos Polentas Maravilha
Wonderland Wars (1x, Novidade): Nossa partida foi demoradinha (passou das 3 horas meia), e mesmo com a explicação sempre primorosa do Polenta, as regras eram infinitas. Pior é começar a jogar e perceber que é tudo bem fácil e… bobo.
Rola um draftzinho para montar sua bag, e depois são as chatas rodadas de “batalha” onde uma trackzinha vai caminhando para mostrar o vencedor. Dá para ver as engrenagens (das mecânicas do jogo) se movendo na sua frente, mesmo com a arte e produção tentando esconde-las.
As companhias salvaram a noite, principalmente a Dona Stela que sempre diverte a turma, não importa o jogo.
Nota 5: Bonito, produção bacana (mesmo sendo retail), não tão complicado de quanto parece nas regras. Demorado para um family-plus-plus. Pura mecânica e zero diversão. O pior pecado é ele permitir que você fique sem jogar… SEM JOGAR. Imperdoável.
Férias das Meninas
A Sobrinha e Amiguinhas estavam de férias, marcamos de jogar igual fizemos nas férias anteriores.
Dobble Connect (3x): As Amiguinhas comentaram “já joguei esse dai Tio”, obviamente se referindo ao Dobble normal. Expliquei as diferenças e como vencia, elas adoraram!
Começamos em 4 (2 times) e depois ficamos em 6 (3 times). Gritaria frenética, suador e…
O vizinho de cima que batia no chão para sinalizar que estávamos exagerando do barulho.
Passa Palavras (4x): o mais pedido pela Sobrinha. Dessa vez dividimos em times e fomos de Coop, com um time Passando Palavra e o outro adivinhando.
Esse começou devagar e foi ficando cada vez mais envolvente, com dicas melhorando, o tempo da partida melhorando. Cada palavra acertada era uma gritaria absurda e soco na mesa, então…
O vizinho desceu e veio tirar satisfações pessoalmente. As meninas ficaram mais empolgadas ainda para fazer baderna kkk
Telestrations (4x): jogaço quando pega o grupo certo… MAS uma das meninas estava meio viajando, querendo brincar diferente, mudando o significado dos desenhos. Ela foi questionada pela amiguinha ao lado “PQ TU SEMPRE ESTRAGA O MEU DESENHO?”. Foi esquisito. De resto, elas adoraram!
Speed Cups (2x ou mais): esse aqui frustrou um pouco As Amiguinhas, pois algumas delas (incluindo eu) fazíamos poucos pontos comparado com outras duas meninas. A Sobrinha mesmo, ganhou todas as partidas com vasta margem de pontos. Gritaria sólida, mas pediram para trocar depois umas 3 partidinhas porque cansaram de perder.
Diamant (2x): fechamos a tarde com esse aqui, foi chave de ouro! A explicação foi meio atrapalhada da minha parte, o que gerou momentos estranhos. Por exemplo, As Amiguinhas só diziam se continuavam ou não, em vez de usar as cartas, ou diziam em qualquer ordem. Expliquei para elas que o grande lance do jogo era essa parte de blefar e fingir que vai sair ou não, e que para isso ocorrer, teria que ser feito simultaneamente. Elas ainda tiveram alguma dificuldade, acho que a idade (10–11) ainda não desenvolveu muito essa parte da bravata.
Foi o que teve mais pedidos imediatos para jogar de novo. Se tivesse sido o primeiro, o jogo não teria mais saído da mesa.
Uma tarde de Esporte Na Mesa
Troyes (1x): Diego Esporte na Mesa na área, uma honra receber o maior designer que essa terra já criou, e ainda, alimenta-lo, tanto de regras quanto comida mesmo.
Passei as regras da forma mais desajeitada possível, daquele jeito “ahhh é tem mais esse detalhe… ahh esqueci disso” mas o homem é uma máquina modelo T-1000 e capturou tudo.
Jogamos uma partida amistosa em que ele pareceu estar me esmagando, mas não é que no fim só esmagou um pouquinho? Vitória dele por 1 ponto, mas para mim vitória é jogar Troyes numa sexta-feira a tarde. GG
Spiel des Jovem por Arthur
Troiês, Troá, Troás. Não sei falar
Nos últimos dias não tive ideias para escrever a minha cena pós créditos dos relatos do Cássio. O que me vinha na cabeça ou não despertava tanto interesse, ou levaria algum tempo de escrita, sendo que tempo tem sido muito precioso para gastar com jogos & afins. Por isso, decidi escrever sobre o que eu gosto.
Uma coisa que já ouvi falarem muito aqui no hobby: quem faz algum tipo de conteúdo dá preferência para falar de algo que goste. Faz sentido, é mais fácil falar de algo que você gosta. Agora entendo.
No meu relato passado eu falei sobre uma jogatina de Nexus Ops que não ocorreu exatamente como eu gostaria. Então hoje, falarei sobre uma ótima jogatina que rolou recentemente e também sobre alguns pontos que penso básicos para um bom momento com os amigos. Talvez estes pontos sejam um tanto quanto óbvios.
Chegando aonde quero chegar. Se você é o jogador médio — roubei essa do vocabulário do Israel — certamente joga eurogames. E se você não jogou Troyes ainda, está deixando de jogar um dos bons. Tudo bem, há tempo para você consertar este erro.
Combinei pela manhã com o Kauê, com quem divido apartamento, uma jogatina noturna. Avisei no grupo do WhatsApp que jogaríamos e o Gabriel se prontificou a comparecer. Primeiro ponto para uma boa jogatina: boa companhia!
O Gabriel chegando já montamos a mesa e fomos jogando conversa fora com alguns petiscos. Segundo ponto: amendoim que não mela seus dedos e uma cervejinha. Com fome não dá pra jogar.
Diferentemente das regras de Nexus Ops, em Troyes eu já sinto que tenho no mínimo uma graduação. Expliquei tudo da melhor maneira que pude, começando pelos conceitos básicos e depois completando com regras essenciais mas que não formam o core do jogo. Considero que estas seriam as ações extras da influência, combos e a compra de dados. Apesar de comprar dados do oponente ser uma parte primordial do jogo, acredito que fica mais fácil de entender primeiro como funcionam as ações com os dados, e depois você entender que pode ser que nem jogue com eles pois algum ricasso comprou tudo. A cara da galera é sempre muito boa nessa parte.
Dúvidas foram tiradas com clareza e seguimos partida a dentro.
Volta e meia fazíamos pausas para comentários fora do escopo do jogo. Eu adoro essa conversa que rola por cima. E principalmente, sem pressa ou qualquer ansiedade para voltar. Terceiro ponto: ter um bom tempo para jogar com calma.
Quarto e último: estávamos todos interessados em jogar e performar dentro do jogo. Não estou falando de competição, mas de interesse mesmo. Acaba sendo mais proveitoso quando todos estamos dentro do “círculo mágico”. E tudo isso sem muito ou quase nada de AP, maravilha. No final da partida o Kauê e o Gabriel quiseram fazer um backtrack de dois turnos para tentar maximizar a pontuação dos personagens. Eu realmente não tenho problema com isso, na maioria dos casos. Fizemos e foi bem engraçado saber que não deu em nada na pontuação de ninguém XD.
Troyes é um ótimo jogo com uma interação saudável, que não é agressiva mas também não é muito passiva. Envolve aquele planejamento prazeroso do eurogame com gerenciamento de dados & mitigação de sorte.
Só não vai esperar 400 anos pra jogar esse aqui, como levaram para construir a catedral que dá nome ao jogo.
- Nossa newsletter (Novo link, será que agora vai?)
- Blog independente no Medium
- Blog no BoardGameGeek
- Canal da Ludopedia