Práticas abusivas na venda do Everdell - Editora Galápagos Jogos

O motivo desde tópico é apresentar os fatos em relação aos eventos descritos e trazer relatos dos consumidores que compraram o jogo everdell na última semana, de maneira que possamos compartilhar experiências e pensar em uma resposta adequada à atitude da empresa.

Realidade
No dia 14/06/2024 uma oferta do jogo everdell apareceu no site mundogalapagos pelo valor de R$219,99, ficando por algumas horas assim antes de ser removido do ar, reinserido com valor atualizado de R$449,99 e posteriormente removido do site novamente. (no momento da edição deste texto a página do jogo está informando “Erro 404: Página não encontrada”)

Passados quatro dias, alguns usuários neste fórum e em outros grupos focados em boardgames começaram a reclamar do estorno “indevido” do valor pago neste produto, indevido este pois nunca foi solicitado pelos consumidores.

Após a realização do estorno dos valores encontrei duas respostas da editora em relação ao evento:

Resposta à minha solicitação via SAC:

"Informamos que seu pedido do produto Everdell foi cancelado, pois identificamos que o preço divulgado anteriormente estava incorreto em nosso site.

Esta ação foi necessária para garantir a conformidade e equidade em nossas operações comerciais, respeitando também o compromisso e a integridade de nossos lojistas e outros clientes.

Mas não se preocupe, pois nós iremos realizar o reembolso integral do valor pago, utilizando o mesmo método de pagamento de sua compra.

Agradecemos sua compreensão."

Encontrado em reclamações no ReclameAqui:

"Lamentamos o inconveniente ocorrido. Devido a uma inconsistência sistêmica temporária (e não uma promoção oficial), o pedido afetado foi cancelado para assegurar a conformidade e equidade em nossas operações comerciais, respeitando a integridade e o compromisso com os nossos lojistas e outros consumidores.

Estamos empenhados em aperfeiçoar nossos processos para evitar que situações como esta se repitam no futuro. Informamos ainda que a Galápagos realizará o reembolso integral do valor pago em seu pedido.

Esperamos que esta mensagem tenha esclarecido a questão relacionado ao pedido.

Agradecemos sua compreensão e paciência neste momento"

Considerações
Não é necessário encontrar a razão pela qual a empresa fez a primeira oferta pelo preço destacado, nem mesmo qual a razão de terem efetuado as ações deste evento incomum. Temos que nos atentar aos fatos.

Então temos um caso de empresa que (1) oferta um produto, (2) cancela o pedido e (3) estorna o valor pago.
Este evento foi uma prática abusiva por parte da editora Galápagos pois impossibilita a livre escolha do consumidor para a solução de um caso de cancelamento de compra.

Legislação
Em toda e qualquer compra feita entre consumidor e fornecedor em território nacional vale a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, chamada de Código de Defesa do Consumidor, com a 7ª versão da coletânea do Senado Federal que pode ser encontrada neste link.

Vou destacar os artigos que baseiam a minha discordância com a ação da empresa:

  1. Oferta

CAPÍTULO V – Das Práticas Comerciais
SEÇÃO II – Da Oferta
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

  1. Estorno

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

  1. Cancelamento

SEÇÃO IV – Das Práticas Abusivas
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;

Obs.1: Pessoalmente nunca tive necessidade de recorrer ao CDC antes, nem mesmo havia feito uma leitura básica dele. Mas, sempre soube que é a única maneira de nós consumidores nos defendermos contra eventuais abusos de lojistas/prestadores de serviços.

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Muita sacanagem, ate pq o Everdell sumiu do mercado derrepente…

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Olha, na minha experiência como consumidor (não sou advogado, não considere isso como um conselho jurídico), nos casos que tive que recorrer ao CDC e aos órgãos de defesa do consumidor, casos assim acabam sendo subjetivos ao entendimento de um juiz (o Procon é um órgão conciliatório, se não houver acordo entre as partes, é necessário recorrer a justiça).
O entendimento nos casos que vi é que em quando há erro na precificação, quando a empresa não agiu de má fé, ela pode fazer o que a Galápagos fez. No entanto, nos casos que eu vi, sempre envolveram eletrônicos como computadores e smartphones sendo anunciados por 1% do preço real, e nesses casos era obviamente um erro, e portanto, má fé do consumidor em abusar disso.
Agora nesse caso em especial, não é incomum encontrar boardgames com descontos de 50% em relação ao valor de lançamento, o que torna o anuncio da Galápagos plausível, e portanto, ma fé da empresa ao cancelar esta “promoção” após a venda.
A questão, no meu ver, vai depender do entendimento de um juiz sobre quem agiu de má fé: a Galápagos, ao desfazer um negócio concluído ou o consumidor, ao abusar de um preço errado.

Mas acho que a Galápagos vacilou de não ter ofertado aos clientes afetados alguma compensação pelo erro (como um cupom de desconto para a loja). Isso seria muito bem visto como uma atitude de boa fé com o cliente perante a um juiz.

Novamente: isso não é um conselho jurídico, é apenas uma opinião. Utilize estas informações por sua conta e risco.

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O que nao entende e pessoas ainda comprando produtos da Galapagos. Sei que sao a maior empresa no Brasil, etc, etc. Mas a qualidade dos produtos (que tem muito erro e problemas de mofo), junto ao que parece ser um completo desrespeito com consumidores e parceiros (Lojistas), faz uma empresa q eu evito muito de dar qq centavo do meu dinheiro.

Esse caso especifico, mesmo que tenha sido um erro, por conta do historio de descontos que eles vivem dando (e quebrando financeiramente muitas lojas), e dificil argumentar que era um erro obvio, dado que elas ja dera descontos ate maiores.

Infelizmente, e que ir para justica para brigar por isso, dificilmente ira compensar, a nao ser que tenha caso o bastante para fazer uma acao via promotoria publica de muita gente, e na esperança de ser dada uma multa para a Galagapos? Nao sou advogado, mas me parece um tanto dificil que as pessoas ganham o jogo nesse valor.

Mas o que seria mais ironico de verdade, e mes que vem sair essa promocao de novo. kkkkkk

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A eficiência do PROCON depende se empresa que esta do outro lado quer entrar em um acordo ou não.

No judiciário a vontade das partes depende do entendimento de um terceiro, portanto não existe garantia de exito.

No juizado especial (pequenas causas), pelo valor da demanda não exige que o consumidor contrate um advogado.

… Mas vendo pelo lado da empresa, caso os consumidores entre com uma ação eles gastariam mais com o jurídico e com a manutenção da imagem do que cumprindo a oferta, nesse sentido talvez seja possivel entrar em acordo com eles.

…Não ter havido comunicação prévia, ou a oferta de uma solução alternativa, também mostra a má fé deles e a vontade de abafar o caso, e principalmente o desrespeito ao consumidor, isso também será considerado em um eventual processo.

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Gente, a Galápagos está virando uma enorme quitanda de board games.

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Também realizei a compra do jogo Everdell por R$219,00 + frete na loja virtual da Galápagos.

Ontem de manhã, recebi uma mensagem de estorno da compra no cartão (somente através do aplicativo do banco), porém não recebi nenhum e-mail comunicando nada de cancelamento.

Um absurdo o descaso nesta situação! Além da Galápagos simplesmente cancelar a compra, nem sequer avisou o cliente do ocorrido. No sistema do site ainda não consta nenhum cancelamento do pedido também.

Amanhã vão lançar o jogo Bem-vindos a Everdell (My Lil’ Everdell) e não duvido que o preço seja por volta disso (R$219,00). Vou aguardar até amanhã para entrar em contato sobre o cancelamento unilateral da compra.

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Concordo que o preço não é um absurdo, é um jogo que estava fora de estoque à uns meses e voltou para o lançamento de uma nova expansão.

Alguma coisa realmente não fecha pois a galápagos “é uma empresa boa” mas ultimamente estão deixando muito a desejar. Poxa olha a Paper Games que se encontrou no nicho dos carteados baratinhos e não para de crescer agora.
Galápagos continua atirando para todo lado, no próprio pé e no dos clientes.

Teve uma loja esse mês que teve que cancelar compras do Heat por falta de estoque (por culpa de quem?) e ofereceu o estorno + cupom de desconto na loja em compensação, então sempre existe meios de conciliação.

Sim, poxa meu pedido ainda aparece com pagamento aprovado e prazo de entrega no meio de uma semana antes de um lançamento de expansão.
Mas o estorno veio sem aviso, em total desacordo com o CDC, não teve comunicação, e mesmo sendo um problema entre vários consumidores ainda não vieram a público explicar o que aconteceu. Na minha opinião até agora estão longe de agirem em boa fé.

Eu não foco em jogos por conta de editoras, e sim pelo que o jogo oferece. A Galápagos enfiou a mão no preço do Scount, que é um carteado maravilhoso, que custa mais que o dobro do que lá fora pela editora Oink (original). Quem deveria ter lançado esse jogo no Brasil é a Papergames. Duvido que passaria dos 80 reais. Mas, acreditem: ele esgotou no primeiro dia do DOFF custando R$ 169.00. Um pocket game sem nenhum componentes extra além de cartas.
Eu não acho a melhor editora. Adoro a papergames e a MeepleBr. A Across Board também é boa e tem preços justos.
Vejo a Galápagos fazendo várias premiere de jogos que serão lançados. Ela e alguns produtores de conteúdos criam um hype em cima desses jogos, que não entendo.
Resumindo o desabafo: após o comentário do colega sobre essa prática abusiva da Galápagos, fiquem atentos.

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No caso do preço do Scout em específico, só há duas alternativas: a Galápagos fez um péssimo acordo de licenciamento do jogo ou enfiou a faca descaradamente. Eu tive a versão da Oink e a versão da Galápagos na minha mão, e posso afirmar: as cartas e tokens foram impressos em um mesmo lote que outros idiomas (possivelmente Inglês), ou seja: custo por carta foi bem menor do que numa leva 100% em português. As cartas tem em um detalhe a profissão que ela representa no lore do jogo (cantor, trapezista, etc…), e elas não foram traduzidas pela Galápagos. Apenas o manual e a caixa foram impressos exclusivamente para a tradução.
Além disso, eu sei que, se ela vendeu no DOFF a 170 reais, a Galápagos tem pelo menos 30 reais de margem no jogo. Pelo menos, porque eu acredito que ainda tenham mais um pouco de margem de lucro além disso. Ou seja…

Estou no time que a compra bateu e voltou sem o produto.
Só depois de eu ter enviado um e-mail para a galápagos que fiquei sabendo do estorno, que de fato ocorreu.
Vi que tem um pessoal fazendo barulho no “reclame aqui” e eu coloquei uma reclamação no Procon. Vamos torcer que que o consumidor seja respeitado, mas sinceramente, sem expectativas.

O curioso é ver uma galera desestimulando quem foi lesado a procurar seus direitos.
Será que são funcionários infiltrados das editoras? Ou será que querem apenas bancar os sabichões?

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Desestimular seria dizer que não há chance alguma. Aqui só vi pessoas sendo realistas, mas não vi ninguém afirmando que ganhar uma causa dessas seja impossível, ou que tentar é uma perda de tempo.
Para causas de baixo valor, qualquer pessoa pode ingressar com um processo nos juizados especiais cíveis sem a necessidade de um advogado, e existem diversos nucleos de prática jurídica de universidades que podem oferecer suporte para quem é leigo no assunto. É um direito de qualquer cidadão, e se atendidos certos critérios, não há custo algum para fazer isso. Porém, é algo mais complexo do que uma simples reclamação no Reclame Aqui. Exige conhecer as leis, formar argumentos e buscar jurisprudências e outros fatos que corroborem o seu caso. É algo que demanda tempo, pesquisa e conhecimento, coisa que a maioria das pessoas não tem ou faz. Para ganhar sem um advogado, seu processo precisa ser bem feito, e eu falo isso por experiência própria. É difícil, mas é possível. Eu mesmo já ganhei processos, sem advogados, de empresas dez vezes maiores que o Embracer Group (proprietário da Asmodee, que por sua vez, é proprietária da Galápagos desde 2018).

Grande chance de estar sobre pressao para aumentar magerm de lucro por parte de Embracer (comprou a Asmodee), pq eles devem ter focado muito em gerenciar estoque.

Nos ultimos 2 anos, ela tem lancado bastante jogo (provavelmente a mando da matriz estrangeira), e precisou dar montes de desconto para acabar com estoque (tanto que ninguem achou estranho um desconto aleatorio de 50% vindo deles).

E uma solucao comum lidar com estoque grande de produtos encalhados. Mas isso ferra com a margem de lucro, e muitas empresas alem do volume de venda, tem uma meta da margem de lucro que precisam alcancar.

Se isso ocorreu recentemente, e alguem nao recebeu o email interno para nao fazer mais isso, pode ter passado pelos controles, e enfiaram o desconto da desova, mesmo nao sendo para fazer mais. O famoso a mao esquerda nao sabe o que a mao direita esta fazendo.

Justamente isso, ela nao quer fazer acordo e reconhecer que ela faz promocoes de 50% do valor em diversos jogos e o cliente foi induzido a realizar a compra de um jogo que sofre com preços absurdo.

Nao duvido que eles tenham estoque e muito… o jogo nao acaba do dia pra noite como aconteceu.

Precisa ir tão longe não, tem muita gente assim por aí, os cínicos de plantão.

O marketing pesado da galapagos faz a galera comprar qualquer coisa por qualquer valor.
Se ela tivesse cobrado 199,99 no Scout lá no DOFF, tinha vendido tudo tbm…