SdJ apresenta: TOP 5 & BOTTOM 5 — Edição 2023

Esse texto vem atrasado, assim como foi ano passado. Desculpas aos nosso apoiadores (temos?) e bora falar de jogo bom (e alguns ruins)

Ano passado fizemos um top 10 e prometemos um Bottom 5 para os próximos episódios*.* Então dessa vez temos a novidade dos piores junto dos melhores.

Para gerar mais polêmica, vamos começar com o Bottom e depois vamos ao Top, e ao final, um reforço de conteúdo da nossa turma das jogatinas com seus melhores e piores do ano. (Agora sim nunca mais vamos receber jogos de editoras kkkkk)

BOTTOM 5

Whale to Look (isR34L)

Foto: Nico (BGG)

Para um jogo (que é muito bonito) e que se passa no oceano… acho que faltou sal! Nesse “mar” (há!) de fiddleness, causado pelo constante vira-vira de cartas, fico com a impressão que eu passo mais trabalho constantemente virando as cartas para lembrar do verso, do que de fato jogando. Culpa da minha memória de peixe. No fundo (do mar), talvez até não seja um jogo ruim para o grupo certo, mas para o meu gosto é um belo exemplo de jogo XUXU.

Nota 5. Ordinário!

Jamaica Segunda Edição (Djow_)

Como pode esse jogo estar em todas as listas de Top Jogo Familía/Gateway?Só pode ser o visual, porque realmente é bonito na mesa. Ou talvez seja a jogabilidade, porque é quase infantil, e qualquer um poderia ser jogado pelo jogo (se isso for a diversão que se procura).

Show de aleatoriedade e downtime. As decisões beirando a irrelevância. Na nossa partida teve até situação de gente saindo da mesa por conta da frustração. Eu quase sai por causa da chatice.

Nota 5. Se essa é a Segunda Edição, imagino a primeira. Mais um jogo de corrida em câmera lenta que não rodou bem.

BOTTOM 4

The Hunt (isR34L)

Esse eu comprei pelo misto de designer prestigioso (Matthias Cramer), bela produção e mecânica de movimentação oculta num jogo 2P. Que decepção! Rolagens de dados bem frustrantes, daquela clássica: role, erre, e tenha um turno nada divertido. Sei lá, até tive a impressão que jogamos algo errado, mas foi tão chato, que eu não tinha nenhum interesse em tentar novamente.

Nota 3. Em um mundo que você pode jogar Regicide com um baralho qualquer, jamais iria me ver jogando isso.

Ready Set Bet (Djow_)

Hype Set Bet, o jogo de aposta de cavalos em tempo real. Dice Tower e outros youtuber gringos disseram que era o melhor jogo, meses de reviews positivos, BGG pegando fogo.

Na teoria parece tão legal, você fica na expectativa da potencial Gritaria e Caos (controlado), mas quando começa fica tudo muito confuso, braço entrando na frente do outro, o tabuleiro com texto em segundo plano, fichas escorregando pra todo lado. esperando pelo milagre da aleatoriedade fazer seu cavalo voar.

A fase de manutenção onde são distribuídos os pontos/grana é bem chata, uma verdadeira pisada de freio ao clima da fase anterior.

Nota 5. Joguei com mesa cheia, só jogador nato, TV grande, mesa profissional, todos de pé. Se mesmo com essa situação perfeita o jogo foi ruim, então é porque é ruim mesmo.

Nota do isR34L: Joguei UMA VEZ em Brasília e me diverti ALTOS. Porém tenho plena convicção que é o jogo de uma experiência só, não tenho interesse de voltar e acho que iria acabar compartilhando a opinião do Djow.

BOTTOM 3

Havalandi [Knizia] (isR34L)

Knizia é uma fábrica de jogos, tem coisa boa, e coisa… deplorável.

Estava em Essen, vi esse jogo bonitão, e tinha até a oportunidade de pegar autografado pelo mestre. Joguei uma partida teste com uma família alemã (crianças com QI de 150) e pareceu bacana. Joguei mais vezes no Brasil e então vi que me equivoquei, que jogo chato!

Rolar dado todo turno, umas decisões , influência de sorte potencialmente irritante. Péssimo. Prefiro nem jogar mesmo. Jogue qualquer outro clássico dele em vez desse engodo.

Nota 3. A única coisa boa é que acaba rápido, mas prefiro ficar conversando que jogando.

Nota do Djow_: assisti parte do que deve ter sido a ultima partida desse jogo, não entendi como se divertiam. Acho que eram atores contratados.

Champions! (Djow_)

Um jogo paradoxal: se for rápido demais nas escolhas, nem vale a pena jogar, se for cheio de discussão nos votos e tal, vai ser longo demais para valer a pena abrir a caixa. O jogo fica 120% nas mãos dos jogadores, e o potencial de dar ruim é proporcional ao desleixo dos criadores em bolar uma forma de pontuação equilibrada.

Nota 4. É pra brincar na Segunda Série B da Tia Luciana, não pra brincar numa mesa de BGs.

BOTTOM 2

Cuzco [Stefan Feld] (isR34L)

Esse é tão ruim, que fiz um longo review a respeito:

[

Spiel des Djows

Cuzco VS Bora-Bora - Tamanho não é documento.

](Ludopedia | Fórum | Cuzco VS Bora-Bora - Tamanho não é documento. | Cuzco (I))

O jogo é uma vergonha para a indústria, versão de “luxo” que é potencialmente pior em todos os sentidos que o amado original. Passe longe.

Nota 7. O jogo é bom, mas a produção é tão tosca que merece o meu desprezo e é por isso que está aqui como o segundo pior.

O que, O quê + Qui-quitanda (Djow_)

Um é um jogo de memória, o outro, um coop com zero desafio. Agora são 135 micro jogos lançados e eu não pretendo jogar mais nenhum. Explico: Não sou o público desses jogos, com certeza. Não quero levar joguinho no bolso, nem jogar na fila do banco, lotérica ou SUS. E se for para presentear alguém, vou direto para linha Pocket da melhor editora, que tem jogos excepcionais (até candidato a Top 2024).

Claramente essa linha tem o colecionismo em foco, visto as caixas padronizadas, caixas das caixas (cabem 3), o designer famoso capitaneando tudo e reciclando jogos esquecidos. Não é uma linha mirando nos melhores jogos do ano.

Nota 4. Knizia que me desculpe, mas esses foram feitos pelos estagiários.

BOTTOM 1

Earth (isR34L)

O “Ark Nova” killer. Bom, a única coisa que eu queria “kill” era eu mesmo (exagero pela piada).

Olha, eu até consigo entender que o jogo seja tecnicamente bom, mas pra mim ele é tão sem sal que da até preguiça de jogar. A cada nova partida, o jogo foi piorando. As ações não são tão distintas, tem bastante potencial pra turno chato do ponto de vista de game design (pegar recurso e passar), o aspecto espacial da construção do seu tableu me da uma preguiça incrível também (e potencial para AP). Entendo quem goste, mas eu não gosto e iria de Ark Nova sempre. De alguma forma, remete a outro jogo que detesto: Wingspan.

Vendido para o Bruno (bruno cmenes), com insert 3D feito pelas minhas próprias mãos (ou pelas mãos da minha impressora). Que faça o bom uso que eu não fiz. xD

Nota 4. Rápido setup, rápido tédio. Apesar de não ser pior que os outros jogos dessa lista, foi a certamente minha maior decepção dado o hype.

Jogos Oink e Editoras Japonesas em Geral (Djow_)

Na boa pessoal, que hype gigante é esse associado ao terra do sol nascente? Porque são jogos ruins, escassos, difíceis de achar e virem do outro lado do mundo.

Joguei tanta coisa ruim de lá que nem quero olhar para traz e relembrar. Várias experiências amenas com jogos beirando nível Xalingo de simplicidade, mas que são vendidos como o novo jogo revolucionário de 2016 que teve apenas uma tiragem de 100 cópias e que precisa ir comprar diretamente com otio-avô do autor.

Nota 3 para o grupo dos ruins: Tirando uns 4–5 joguinhos melhores e famosos, o resto é apenas para sommeliers e colecionadores.

TOP 5

Ufa, bora falar de coisa boa finalmente!

Ark Nova (isR34L)

Virou o clássico que todo mundo sabe as regras e sai jogando. Perdi várias vezes, me diverti em todas. É um jogo super sólido, e que eu recomendo com gosto. Gosto da aleatoriedade das cartas, o puzzle espacial é gostosinho e aquela seleção de ações da até vontade de ver isso ser copiado em todos os jogos.

Nota 9. O novo clássico parrudo que sempre vou estar disposto a jogar.

Mille Fiori (Djow_)

Esse chegou pelo Marcel e Família Polenta, e me ganhou desde a primeira partida. Não parece um jogo tradicional do Knizia, mas claro que usa a mecânica favorita dele: tile laying. O que muda nesse em relação a outros mais antigos do autor é a chuva de pontos. Cada peça vai ter dar um pontinho no mínimo, mas o potencial para sugar 10–15–30 pontos é enorme. Ai que mora a beleza do joguinho, os combos.

Bônus: jogar com a Dona Stela é ainda mais divertido, perder para ela, uma honra!

Nota 8. Serotonina: O Jogo de Tabuleiro.

TOP 4

Foto: Michael Chun

Order Overload: Spiel23 (isR34L)

Praticamente um mero jogo de memória. É isso. Revele as cartas na mesa, a equipe tenta lembrar do nome dos jogos (as cartas são títulos da Itte, Saashi & Sasshi e Oink Games), embaralha tudo, e tente lembrar das mais de 50 cartas que foram reveladas.

Eu ri muito jogando ele, vivenciei reviravoltas emocionantes, e momentos que sempre vou lembrar. Jogaço que marcou meu Natal de 2023 e muitos outros momentos de 2024. Isso tudo e nem paguei por ele, já que veio como bônus das minhas compras (exageradas) de Essen. A versão original, que tem nome de tipos de café talvez seja melhor para civis. Jogaço.

Nota 8. Simples de explicar, pra dar risada, e com um sabor extra se você é um fã das editoras Japonesas.

Nota do Djow_: essa é pra não esquecer jamais — “Insider Black

Passa Palavras (Djow_)

Tá ai um jogo que eu nunca ia esperar gostar. Jogo BR é preconceito! Mas quando o bichinho foi para a mesa, agradou demais! Foram diversas partidas com grupos distintos, e principalmente usando as regras coop e dinâmico (nem cheguei na variante expert). O jogo chegou a ser “zerado” numa festa de família, onde TODAS as cartas de temas foram usadas. Incrível! Diversão despretensiosa para médios e grandes grupos.

Nota 8. fez em engolir o preconceito com “jogos nacionais só de cartinhas”. Aqui tem genialidade e simplicidade.

TOP 3

Wind the Film (isR34L)

Comprado em Essen na minha campanha para comprar todos os jogos da Saashi & Saashi. Um set collection em que você tem várias restrições em como movimentar as cartas da sua mão, assim como em Bohnanza.

Um jogo bem punitivo, apesar da simpática arte da Takako Saashi, joguei vááárias vezes desde que comprei, e continuo jogando. Esse eu realmente faço propaganda como talvez um dos melhores Saashi & Saashi junto the Take The A Chord e o novo Bus & Stop. Funciona maravilhosamente bem em qualquer contagem.

Nota 9. Joguinho com bastante sustância numa caixinha minúscula. Paper Games, talvez devesse fazer uma parceria para publicar alguns jogos deles!

Race for the Galaxy (Djow_)

Desbloqueamos as partidas de 15 minutos em 2–3p ao vivo, o que contribuiu para jogarmos diversas vezes, principalmente com Siri e Arthur! No BGA brilhou demais, com 5 minutos por partida.

Senti que comecei a ver aquele nível de profundidade que tanto falam os caras que jogaram 500–1000 partidas. De enxergar a matrix, ver o código fonte que o Tom Lehmann programou quando os deuses tocaram o intelecto dele.

As diversas formas de vencer, a mistura de estratégias (militar, comércio, planetas amarelos entre outras). Cada pontinho espremido conta em partidas competitivas, e cada ação negada ao oponente te deixa mais próximo da vitória. Interação indireta no seu melhor, antecipação do movimento, e a própria corrida para fechar o jogo, fazem desse joguinho uma maravilha moderna espacial.

Nota 10: Esse jogo quebra as regras do tempo-espaço, pois cabe mais jogo nele do que o tempo de partida. É como se jogássemos na Câmara do Senhor Kaioh.

TOP 2

Kutná Hora (isR34L)

Descobri a existência desse jogo em Essen. Um gimmick absurdo com uma pseudo calculadora que gerência as ofertas de demanda e procura. Várias mecânicas coladas como controle de área e set collection, tanto que parece um jogo quase sem alma; algo como Math Rock dos eurogames.

O fato é: que jogo divertido! Tudo isso, e ainda usando um bueiro como capa do jogo (by Arthur)! Adicione aqui as maravilhosas “miniaturas de madeira”, que é uma tecnologia simplesmente inacreditável. Euro sólido.

Em um mundo lotado de euros, esse é um que talvez pudesse ser o seu título caso quisesse ter uma coleção enxuta. Bonito, interativo e divertido. Recomendado.

Nota 8. Euro bonito, interativo, de certa forma “diferente” e com vários gimmicks para talvez atrair gente nova pro hobby.

Oath (Djow_)

Sim sim, eu sou fanboy do Cole Wehle. Sim sim, esse jogo não é para todos os grupos. Sim sim, é um jogo caro. Sim sim, é um jogo pesado e sim sim, é MUITO BOM se você ignorar tudo que eu disse antes (kkkk)

MAS MEUS AMIGOS. Depois da terceira partida (tipo 12 horas de jogos, olha o investimento! kkk), o jogo brilhou. Eu e os parceiros mais recorrentes, Bob e Nael, só queríamos marcar mais um dia de jogatina para jogar mais uma veizinha. Só mais uma!

Incrível o desenvolvimento que acontece, parece que estamos vendo uma série e queremos ir direto para o próximo episódio. Nunca tive essa sensação de querer maratonar um board games.

Se você tem grupo que gosta de porrada, negociação e king making, porque não forçar um pouco e tentar espremer as maravilhas contidas nessa caixa?Recomendo aos mais fortes.

Nota 9: Um jogo tão viciante quanto uma novela dos anos 90

TOP 1

Foto: Wouter (BGG)

Marrakesh Deluxe (isR34L)

O Barba jogou um feitiço no instagram e me fez dar uma chance à esse jogo que sempre fugi pelo horroroso tablespace e mar de componentes. E de fato é isso mesmo, mas é muito bom mesmo assim xD.

A lendária Torre de Cubos da Queen Games é usada aqui novamente, o que desencadeia um Push Your luck maroto num jogo que teria sido “mais um euro sem almas”. Comprei a versão standard, e fiz um upgrade pra versão deluxe depois. Encaixar as pecinhas no tabuleiro é uma experiência táctil bem boa. Fato que de lá pra cá, não joguei muito, mas certamente foi a maior surpresa do ano pra mim.

Nota 8. Sólido Feld, e com o tempero do push your luck. Infelizmente você também precisa de um campo de futebol para montar o jogo na mesa.

Ark Nova (Djow_)

Sem dúvidas esse é o maior destaque do ano. Foram dezenas de partidas, tanto presencial quanto no BGA (onde viciamos mesmo nível crack ).

Mergulhar naquela pilha de cartinhas a cada nova partida é entrar em uma dimensão paralela onde as leis da física se resumem em 3: cor da universidade/continente, tipos projetos/pontuações, tetris do zoológico.

O início lento, aqueles primeiros 2 pontos que não vem, muita pausa para o café. Seus oponentes pontuaram e você ainda está tentando baixar uns bichos fraquinhos, a pressão aumenta. Os planos começam a funcionar, um bichão perfeito aparece no display, você da um salto na pontuação, ganha trabalhadores, melhora cartas de ação… WOW! Explosão de prazer gamer (mas só quando as jogadas dão certo kkk).

No aguardo da expansão para renovar a experiência.

Nota 9: o melhor Terraforming Mars que já joguei.

Espero que tenham gostado desse Ranking atrasado em conjunto. Agora como bonus track desse disco, fiquem com os melhores e piores da nossa galerinha.

Bonus Track: Top/Bottom des Djows (galera do grupo)

Polenta/Família BGAO3

Top: Os três elegeram Ark Nova. Não tem nem o que falar, é viciante.

Bottom. 2 votos para Champions e 1 para Dinosaur World. O Champions é chato demais e o do Dino, apesar da beleza não cativou o suficiente para poder ver mais mesa.

Bob

Top: minha memória é muito bosta para lembrar os jogos de 2023, mas eu acho que o Ark Nova eu joguei pela primeira vez ano passado, seria meu Top1.

Bottom: Como minha memória é um lixo e não tive nenhum trauma, meu Bottom 1 deve ter sido ver vocês jogarem Power Grid.

Nota do isR34L: Enquanto revisava o texto, não sabia desse relato, quase cuspi água na tela do PC rindo.

Arthur (Menino Arthur)

Top: 2023 foi o ano em que o Root ficou marcado no meu coração. Com 11 partidas jogadas, eu posso dizer que seria o ÚLTIMO JOGO que venderia da minha coleção. #truelove

Bottom: Town 77, dentre os 124 jogados, fica lá em baixo e me mostrou que a Oink manda muito bem no produto mas que nem todo bom produto é bom jogo.

Leo

Top: A jogabilidade de Wingspan está empatado com outros bons por aqui… mas no fim, ele ganha pela arte, e por adicionar aspectos reais dos pássaros à mecânica, como envergadura, tipo de ninho etc.

Bottom: Não consigo me empolgar com Papayoo. Parece que quando a mão vem ruim, você vai perder e não existe tática ou estratégia que reverta a situação.

Nael

Top: Cascadia —Foi o jogo mais impressionante pra mim pela facilidade de conseguir encaixar para o público não gamer. Joguei com a mulher e nos divertimos. A montagem do ecossistema maximizando o máximo de pontos é um Tetris bem agradável.

Bottom: Order Overload Café/Spiel 23 não chega a ser ruim, somente explora muito a capacidade de memória do jogador ao ponto de ser enfadonho. Saí do jogo cansado.

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