Todo grande canal de YouTube tem seu Top 100 atualizado todo ano. Naturalmente, não poderíamos deixar de fazer parte dessa corrente, mas seguindo o que há de melhor no SpielDesDjows: atraso, escopo reduzido e gosto duvidoso.
A brincadeira é o seguinte, eu e o Djow vamos fazer nosso Top 10 do nosso gosto atual, e nos vindouros anos, podemos reciclar essa postagem e ir acompanhando o que vai mudando (além de garantir conteúdo de fácil).
Vamos começar do último lugar, rumando para o primeiro, então SE VOCÊ NÃO QUISER SPOILER vá scrollando o seu navegador aos poucos.
TOP 10
Great Western Trail (isR34L)
Nunca joguei especialmente bem, mas sempre tenho curiosidade de jogar uma partida para ver as engrenagens funcionarem. Boi Building vs Ferrovias? Da pra ganhar com construtor? Perguntas que o meu noob interior sempre quer resolver em uma nova partida. Nota 8, quero jogar de novo, mas não morro de amores.
Fury of Dracula (Djow_)
Jogado uma única partida e já veio para o top 10, e é o jogo que mais quero voltar a jogar. Talvez eu esteja com a sede de jogo, igual o Dracula tem a de sangue, mas é que a nossa partida foi demais mesmo, uma das melhores experiências que tive no hobby. O que me surpreende nele é que as mecânicas são elegantes para um jogo temático, e o melhor, elas não ficam na frente da diversão. Discussões, cartas com efeitos malucos, defesas, ataques, deduções tortas, encontros aleatórios e falha total dos planos de algum lado. Nota 8 e EU QUERO MAIS AMERITRASH NA MINHA VIDA!
TOP 9
Through The Ages: A New Story of the Civilization (isR34L)
Esse é polêmico, um jogaço, mas jogar o físico… é até plausível, mas indesejável. Eu diria que é mais válido cada um comprar sua cópia na Steam, fazer uma Lanhouse Oldschool, e jogar todos juntos na mesa. Ainda assim, é o melhor Civ que já joguei. Mesmo sendo “só cartinha”, ainda é melhor que a concorrência “verdadeiramente temática”, como o Clash of Cultures. Nota 9, mas no próximo ano sinto que vai sair do TOP 10 abrindo espaço para “jogos verdadeiramente de papelão”.
Race for the Galaxy (Djow_)
Como diz o amigo Katabrok, "multiplayer solitário não é ofensa". Ainda mais se tiver geração de maquininha de pontos com seleção de fases puertoriquenha, arte de gosto duvidoso, setup e partida rápidos. Pode ser o quão solitário for, vai conquistar galáxias inteiras de aficcionados. A caixa molenga e a falácia da iconografia não devem impedir RFTG de ser apreciado. Nota 8 desde quando a turma me presenteou 2021.
TOP 8
Pax Transhumanity (isR34L)
Os jogos do Phil Eklund e a série Pax são certamente experiências bem diferentes do Euro/Ameritrash de cada dia. Adoro ler aqueles manuais obtusos e cheias de opiniões libertárias altamente tendenciosas. Infelizmente, a maioria é só isso mesmo: a ideia de um jogo bom através de um design excessivamente poluído para o meu gosto. Pax Transhumanity é o equilíbrio perfeito dessa maluquice, entregando um jogo que funciona e é divertido. O melhor jogo do Phil Eklund que não foi feito por ele e não é com temática Árabe. Nota 9, mas é pesadão, difícil achar mesa.
Hansa Teutonica (Djow_)
“Ahh se todo euro fossem assim”, já diziam Os Antigos. Tema com comercio medieval whatever e paleta de cores pastel, mas com interação direta e semi-positiva que gera situações para um bom trashtalk na mesa. São diversos cabo cabo-de-guerra ocorrendo simultâneos e quem souber aproveitar a oportunidade e dar uma olé derruba todo mundo do outro lado da corda. Deixa espaço para jogadas dignas de replay de uma luta de WWE. Nota 8, vira 9 fácil se o Diego me chamar pra jogar 2 vezes ao ano.
TOP 7
Glory to Rome (isR34L)
Um jogo bem difícil de conseguir uma cópia hoje em dia. Um clássico da musa masculina dos jogos de cartas: Carl Chudyk. Joguei a cópia do MarciusFabiani e fiquei apaixonado (por ambos). Antes do fim da semana de jogatinas já tive que garantir a minha cópia (mesmo que fosse em italiano). Um jogaço e com chance de subir no raking do próximo ano. Setup rápido, boa interação e uso super elegante das cartas multifunção. Matou Mottainai para mim. Nota 9, simplesmente impressionante.
Isle of Skye (Djow_)
O melhor tile placement com arte do Franz Ferdinand e tema escocês que tem leilão (que não é leilão (mas é leilão)). O setup super variável na pontuação, a colocação inteligente de peças e o sentimento (geralmente bom) do resultado final da montagem são os pontos que me atraem nele. Já falei bastante dele AQUI, AQUI e AQUI. Nota 9, muito carinho e simpatia por essa obra.
TOP 6
Barrage (isR34L)
O único euro Italiano realmente bom. Sem o tédio do Teotihuacan. Sem complexidade excessiva do Tekhenu. Sem a mediocridade embelezada do Coimbra. O euro italiano padrão cheio de tokens e coisinhas, mas com muita marcação e possibilidade para ficar puto com o coleguinha. Só vazou da coleção pois sem estagiário para fazer o setup e pelo espaço que ocupa, não tem como. Nota 9 com review.
Cryptid (Djow_)
Jogo fantástico, genial, fora da curva! Dedução sem frescura de papel secreto, mentir pro colequinha e essas piras que a turma dos coups gosta. Aqui é só concatenação pura de pistas, um pouco de blefe na colocação das pistas e CPU a 110%. Aqui são sempre 3 partidas seguidas: 2 muito boas, e uma terceira com a pista negativa pra frustrar geral. Nota 9.
TOP 5 — DEU MATCH!
The Crew (isR34L)
Possivelmente o jogo que eu mais joguei em 2021. Não só em quantidade absoluta, mas provavelmente em tempo total de jogo também. Nunca vi nada igual. Só não dou nota 10, pois não sei se é algo que vai se manter “pra sempre”, mas depois de 1 ano de jogatina ainda não me cansei. Nunca imaginei que um joguinho coop ia ser um dos meus jogos preferidos. Nota 9, com review.
A Tripulação (Djow_)
Um jogo coop que é só baralhinho com númerozinhos, mas que me mantém engajado por 3 horas seguidas… tem uma grau de bilhantismo ai. Não sei se é mecânica ou a campanha que te joga pra frente, mas tem algo viciante nele. E DIGO MAIS: "Nas melhores companhias, a melhor experiência" (Djow_, 2022). Nota 9 (já foi 10, mas ele já falhou em algumas mesas… ainda assim está no top 5).
TOP 4
Power Grid (isR34L)
O verdinho do coração que já expressei todo meu amor nesse review. Sei que não é perfeito, mas poucos jogos me entregam uma diversão tão consistente, ainda mais podendo ser apreciado por novatos e heavy gamers. Nota 9, já saiu da coleção, voltou, e sei que esse vai ficar pra sempre no coração.
Puerto Rico (Djow_)
Uma aula sobre como euros deveriam ser. Interativo sem ser ofensivo, com objetivo claro mas opaco no caminho para vitória, tons pastéis e madeirinha, tema polêmico e homem loiro seminu na capa. Nota 10 desde quando aprendi a joga-lo num grupo que aceitava iniciantes (porque antes era um 6).
TOP 3
Innovation (isR34L)
Amado por muitos (eu e o Djow_), odiado por tantos. Caos, take that, combos roubados, azar, sorte, lágrimas, risos, uma caixa pequena e menos de 100 mangos. Nota 10, obra prima eterna que já teve review.
Brass: Lancashire (Djow_)
Obra prima do Martinho Wallacezão que te faz sentir um empreendedor industrial da revolução industrial. Não é um jogo sobre calcular os custos de construção de industrias e rotas, mas sim como saber aproveitar as oportunidades, desviando do seu caminho e se adaptando. Interação positiva e parasitismo. Nota 10 desde sempre.
TOP 2
Brass: Lancashire (isR34L)
O euro perfeito? Elegância, cubinhos, regras simples, muita marcação, pitadas de push your luck, corridinhas e a sensação de que sempre vai sobrar cartas no fim das eras, pois alguém esqueceu de descartar uma carta. Nota 10 e me desculpe Birmingham, você é bom, mas não é possível superar o que é perfeito.
Great Western Trail (Djow_)
A perfeita união de deck building, gados, trens e cowboys tristes. Passa uma grande sensação da evolução, seja nos trilhos, no baralho ou construções, além de deixar um ar de ansiedade pela velocidade com que as entregas são feitas em Kansas (o relógio do jogo). Foi um dos primeiros pesos 3+ que jogamos e foi paixão a primeira partida (minha e da Noiva). Mais e 40 partidas depois, ainda é Nota 10 (desde 2017), com a expansão Rails to the North vai pra 11.
TOP 1
Pax Pamir (isR34L)
Quando conheci o jogo lá nos idos 2019, época em que ele ainda era underground, por algum motivo fiquei apaixonado com o design mais diferentão de tudo que eu já tinha jogado. Meu primeiro Kickstarter, chegou sem nenhum arranhão apesar de ter sido transportado numa caixa pífia. Um dos únicos jogos pesados, em que a pontuação é secundária, meramente um termômetro, e a vitória é uma ginástica fascinante em que cada jogador tenta fazer o seu cheque-mate no momento certo. TOP1 desde 2019. Nota 10 com review.
Innovation (Djow_)
O jogo que me ensinou a abraçar o caos contido um baralho com cartas únicas. Cada carta jogada deve ser degustada como um gole de vinho (por quem não manja nada de vinho): ora desce fácil, ora é complexo, ora é docinho, ora trava a língua, mas no final, todo mundo fica feliz (burp!). Nota 10 com review.
Visão geral do Ano
isR34L continuou com a sua Netflix de boardgames, rotacionando a coleção agressivamente, inclusive jogos Nota 10 como o Lancashire. Percebe que venceu os estigmas do “não Jogo Ameritrash” ou “todo Coop é ruim”, reconhecendo que todo gênero pode ter sua pérola. Jogos de vaza tornaram-se especialmente atraentes.
Djow_ viu o crescimento do gosto por jogos com interação, também continua a eterna busca pela relação setups X profundidade X tempo de jogo, que por enquanto, somente os jogos de cartinhas vem suprindo.
Espero que tenham gostado desse Ranking atrasado em conjunto. E não percam o Bottom Five 2022, com o nosso TOP 5 reverso, apenas a escória. E por último, já votou na gente no Prêmio Ludopedia? Senão, agora é agora. Caso já votou, vá lá e reconsidere seu voto :P.